Aos poucos, chega às mãos dos brasileiros a cédula de R$ 200,00, lançada este ano pelo Banco Central. A estreia da nova cédula causou alvoroço nas redes sociais. O que não faltaram foram memes sobre a imagem que deveria estampar a nova nota, de vira-lata caramelo a capivara. Imagem: Banco Central do Brasil
O animal escolhido para lobo-guará, importante animal típico do cerrado e ameaçado de extinção Desde a independência, em 1822, o Brasil já teve nove trocas de padrão monetário e sete moedas. Dos réis ao real, o motivo de tantas trocas era um só: a inflação. Caso o Brasil mantivesse a mesma moeda, hoje seriam necessário milhões de cruzeiros para comprar uma garrafa d’água, por exemplo.
Depois dos réis, que ficaram mais de 400 anos em circulação, o real é a segunda moeda com mais tempo de circulação, 26 anos. Para ficar por dentro do assunto, confira abaixo todas as moedas que o Brasil já teve!
Réis – Do período colonial a 1942
No início do período de colonização pelos portugueses, não haviam moedas no Brasil. O comércio entre nativos e europeus era feito por sistema de trocas, eram usados pau-brasil, pano de algodão, açúcar, fumo, entre outros. Com o avanço da colonização, começaram a circular pelo país as primeiras moedas, trazidas pelos estrangeiros.
Como o Brasil era colônia de Portugal, o padrão monetário do período era o mesmo da metrópole: o real. Os reais, plural de real, ficaram popularizados como réis. Mesmo com a Independência do Brasil e a Proclamação da República, o réis se mantiveram, só as gravuras das moedas e das cédulas se alteraram.
Imagem: Banco do Brasil
Exemplos de cédulas de réis
Cruzeiro – De 1942 a 1967
A primeira mudança de padrão monetário do Brasil foi a instituição do Cruzeiro. A nova moeda veio para unificar os 56 diferentes tipos de cédulas em circulação no país. Um cruzeiro (Cr$ 1,00) equivalia a mil réis (Rs 1$000). Em 1964, devido à inflação, a fração do cruzeiro chamada centavo deixou de existir.
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de 10 mil cruzeiros
Cruzeiro Novo – De 1967 a 1970
Em 1967, com a inflação a 25%, o Cruzeiro se desvalorizou e a moeda foi substituída temporariamente pelo Cruzeiro Novo, criado para vigorar até as novas cédulas do Cruzeiro entrarem em circulação e a sociedade se adaptar ao corte de três zeros.
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de 100 cruzeiros antigos carimbada no valor de 10 centavos do Novo Cruzeiro
Sendo assim, as cédulas do Cruzeiro foram carimbadas com novos valores e reutilizadas como Novo Cruzeiro. Um cruzeiro novo (NCr$ 1,00) correspondia a mil cruzeiros antigos (Cr$ 1.000,00).
Cruzeiro – De 1970 a 1986
Após a reforma monetária, a moeda brasileira voltou a se chamar Cruzeiro. A equivalência das moedas se manteve o mesmo, ou seja, um cruzeiro (Cr$ 1,00) valia um cruzeiro novo (NCr$ 1,00).
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de 100 mil cruzeiros
Cruzado – De 1986 a 1989
Nos anos 1980, o crescimento da inflação voltou a assombrar a economia, chegando a mais de 100%. Desvalorizado, o Cruzeiro foi substituído pelo Cruzado. No Plano Cruzado, do governo de José Sarney, um cruzado (Cz$ 1,00) equivalia a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00).
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de mil cruzados
Cruzado Novo – De 1989 a 1990
Poucos anos depois da instituição do Cruzado, a inflação continuou a subir e obrigou o presidente Sarney a fazer uma segunda reforma monetária. Em 1989, o Cruzado foi substituído pelo Cruzado Novo, que - novamente - tinha três zeros a menos. Um cruzado novo (NCz$ 1,00) valia mil cruzados antigos (Cz$ 1.000,00).
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de cem cruzados novos
Cruzeiro – De 1990 a 1993
Em 1990, o Cruzeiro volta a ser a moeda nacional, pela terceira vez. Nesta ocasião, não houve corte de zeros, um cruzeiro (Cr$ 1,00) correspondia a um cruzado novo (NCz$ 1,00).
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de 500 mil cruzeiros
A substituição da moeda fazia parte do Plano Collor para conter a crise econômica, caracterizada por uma hiperinflação de 1700% ao ano e muita instabilidade. Entretanto, o plano fracassou e a moeda se desvalorizou rapidamente, chegando à cédula de 500 mil cruzeiros.
Cruzeiro Real – De 1993 a 1994
Após a renúncia de Collor, o vice-presidente Itamar Franco, fez uma nova reforma monetária. Nela, o Cruzeiro saiu de cena de vez e foi instituído pelo Cruzeiro Real, novamente reduzindo três zeros nas cédulas. Um cruzeiro real (CR$ 1,00) equivalia a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00).
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de 50 mil cruzeiros reais
Real – De 1994 aos dias atuais
Em 1994, se consolida o projeto econômico Plano Real, feito pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso (FHC), ainda no governo de Itamar Franco. O projeto tinha como objetivo conter a inflação extremamente elevada que assolava o Brasil há anos.
O Plano Real incluiu ações de ajuste fiscal, a implementação da URV (Unidade Real de Valor), uma moeda virtual atrelada a cotação do dólar, e a criação de uma nova moeda oficial: o Real. Um real (R$ 1,00) correspondia a CR$ 2.750,00.
Imagem: Banco Central do Brasil
Cédula de um real da Primeira Família do Real, que deixou de ser produzida em 2005
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